quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A MENINA PAPOILA


ERA UMA VEZ...

Uma frágil florzinha
a PAPOILA no campo suspirava
E o vento vinha
Assobiava, a saudava
e abalava!

Tinha nas pétalas o encanto
Cristalino era seu pranto!
Feito de orvalho!
Tinha um sonho  louco...
O tempo passava...
e a florzinha a pouco e pouco
crescia e sonhava.

Vivia perto do lago
À noite ficava aberta
Da lua recebia o afago
De dia o quente do sol era oferta.
Veio o Inverno ficou despida
Foi-se a tenra mocidade
Que triste sua vida
A florzinha vive agora com saudade.

Olha o céu na esperança
De voltar na primavera
Ser de novo criança
Assim sonha e espera.
Cai a sementinha ao chão
Fica um tempo adormecida
Vem o sol e lhe aquece o coração
Volta de novo à vida

Floresce, floresce
Cresce cresce...
E bem colorida, vermelha e amarela
não há outra como ela
tão bela!
Enche o campo de alegria
Andam à sua volta os passarinhos
o melro e o colibri
Enchem-se de sol os caminhos
E a lua lhe diz:
Me lembro de ti!

As plantinhas do campo são frágeis, suas flores simples, modestas, mas muito coloridas, atapetam o
chão com cores variadas que encantam os nossos olhos. Os meninos gostam de levar um lanchinho e
passeando p'lo campo podem ficar maravilhados com tanta beleza.
Esta florzinha se chamava papoila, isso mesmo, papoila bem conhecida e bem vermelhinha de fazer inveja às flores do jardim.

rosafogo
natalia nuno
imagens do blog imagens para decoupage.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A BOLA DE TRAPOS




Lembram-se do menino que tinha uma bola de trapos?
Pois é irmão desta menina que se chama Ritinha.


E... Zeca se chama o menino!
Traz sempre com ele a bola de trapos
E nos pés nem sempre sapatos.
Tem  a sua táctica a jogar
Diz-se o melhor jogador!
Mas o que mais quer é brincar
Faça frio ou calor.


O Zeca mora num lugarzinho
Da escola é bem pertinho
Tem por lá muitos amigos
E todos têm uma bola
Ah...mas como a dele
nenhuma tão bem rebola.
E quando atira à baliza
É golo na certa!
Pois o Zeca nem precisa
de muita pontaria
acerta sempre p'la certa,
é verdade sempre acerta...
e então...faz uma gritaria de contente!
E alegra toda a gente.


***********........************
GOLOOOOOO! É GOOOOOLOOOO...


A Ritinha que tanto gosta de dar
comida aos passarinhos,
fica quase a chorar,
porque o Zeca espanta os pobrezinhos.


Mas ele diz-lhe baixinho ao ouvido
Desculpa Ritinha...
Não quero ver-te com essa tristeza!
Vais ver, que os passarinhos, voltam com certeza.
Enquanto isto, os amigos desesperam
à espera do Zeca,
Querem ver a bola no ar
E aos pés não dão descanso
E lá vai o Zeca mais uma vez rematar.


*************.........**********
E... é GOLOOOOO! É GOOOLOOO....


Ah!...Se o arco-íris não avisasse
que está prestes a chover...
Talvez o jogo ainda não acabasse
e o Zeca iria ganhar ou perder?
Quem adivinha?
E também a  Ritinha o desculpasse,
pois os passarinhos
a menina não voltou a ver.


É todos os dias a mesma brincadeira
e lá vai rebolando a bola
Para o Zeca e os amigos não há canseira!
Rebola a bola rebola!
São artistas com imaginação
Têm sempre a bola à mão
Mas é com os pés,
que correm a aldeia de lés a lés.


O arco-íris passou
E assim não choveu e ele não incomodou
O jogo afinal terminou
E sabem os meninos quem ganhou?
O Zeca, claro está!
Assim o sol, esta estória espreita!
Porque é de alegria e companheirismo
que ela é feita.


Estes meninos do lugarzinho distante, não têm playstation, então brincam livremente na rua da sua aldeia, são meninos alegres que gostam do convívio dos amigos, apanham ar puro, gozam o calor do sol, e não se isolam, por este motivo nunca serão meninos tristes.


AS AMIGUINHAS DO ZECA, A RUTE E A NANDA, moram mesmo ali ao lado, às vezes até conversam à janela.

natalia nuno
rosafogo
Imagens retiradas do blog imagens para decoupage.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A FESTA DAS BORBOLETAS

De manhã, fui passear ao jardim
Caminhei...fui andando até
que perdi um sapato.
É verdade, acreditem em mim!
Então não é
que me distraí!
E sabem porquê?
É que havia tantas borboletas
vistosas,
de mil tons, bem coloridas!
Voejavam sobre as rosas,
Dava gosto de ver
Todas muito bem vestidas.

Era dia de festa,
As borboletas festejavam a primavera
e riam riam muito porque eu
por ali o sapato perdera.
Mas eu não me importei que rissem
Os sapatos nem eram meus
foi um amigo que mos emprestou
Mas só queria que vissem
Ai valha-me Deus!
A confusão que ali se gerou!

Já não eram só borboletas,
eram também joaninhas
e também umas abelhinhas
Todo o mundo a comentar
Como é que iriam o dono do sapato achar.

Mas logo chego eu apressado
Com pé descalço, outro calçado
E cansado de caminhar...

Ora bem, não fui eu que perdi o sapato
Ele é que se perdeu de mim
ao atravessar o regato!
E ao chegar ao jardim
havia tanta beleza para admirar
que me deixei neste lugar
e nem sequer dei p'la falta do sapato.

Era tempo de retomar a viagem
Sem olhar a minha imagem
Parti!
Encantado com o bailado
que ali vi.
Descobrir o mundo dos insectos
é o meu passatempo predilecto.

O João é um menino muito interessado p'la natureza, gosta de observar tudo com muito cuidado, mas depois fica tão absorvido com o que seus olhos admiram que esquece tudo o resto, já não é a primeira vez que se esquece, da última ,deixou por lá um caderninho de estórias  que pensava partilhar com outros meninos. Ah...mas não desistiu, e,
tanto procura que um dia vai achar
e contar-nos tanta estória de encantar,
bonitas de nos fazer sonhar!

natalia nuno
rosafogo

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

PORQUE CHORAS NUVENZINHA?



HOJE É A RITA QUEM CONTA UMA HISTÓRIA, ora escutem com atenção! Psiuuuuu, silêncio, vamos lá ouvir....

Já choram as nuvenzinhas!
Hoje acordaram cinzentas,
birrentas e desataram a chorar.
Com lágrimas tão grandes que como cristais
cairam por terra a brilhar.

Porque choras tu nuvenzinha?
Se ainda há pouco estavas tão branquinha!
Perguntou o Sol que andava ali por perto.
A nuvem estava tristinha
e continuava a chorar...
Um menino com pena dela
Ficou a olhá-la por entre a
cortina da janela.
Até a birra passar.


Logo o Sol apareceu brilhando
e as lágrimas da nuvemzinha
secaram num instante.
UFFFA!!!!
Ainda bem que o choro passou
diz o caracol cansado:

Subi a ladeira dez vezes
sem pôr a casa de lado!
E agora o resultado?
Estou todo, todo encharcado!

Também o corvo apressado
Secou sua asa negra
Para ficar mais brilhante
do que a vizinha toutinegra.
O sapinho não se importou,
até gostou
de na água saltitar!
E o rio ía tão cheio que pensou:
Parece um mar, vou mas é me acautelar
e para a margem saltar.

As borboletas esvoaçavam num rodopio
E até o rouxinol
que tinha perdido o pio,
voltou a cantar, logo que viu o sol.

Ai Jesus quem me acode!
Diz o ratinho a sair da toca
Acuda-me por favor... quem pode?
Já tenho água p'la boca.

Mas nuvenzinhas são agora cordeirinhos
Já não choram, que alegria!
Os dias estão quentinhos
Há azáfama na lezíria.
E todos estão muito felizes!
E ali numa correria andam também as perdizes
Abrem as florzinhas modestas,
tal como a giesta e o alecrim
E nenhuma cheira tão bem como estas
Nem tão pouco as do jardim!

Quando as nuvenzinhas choram, a natureza agradece, as plantas reverdejam, as arvóres sorriem, nasce o milho e o trigo mais depressa e até os frutos crescem docinhos...ora, ora mas os bichinhos têm de se recolher, debaixo das folhinhas. Os insectos mais pequeninos, como a joaninha e o gafanhoto são delicados, os outros animais do campo, tal como o ratinho, ou a toupeira,  recolhem às suas tocas que ás vezes se inundam...pobres bichinhos, e os passarinhos? Esses recolhem-se nos raminhos das arvores, como tem o corpo protegido com penas, não sofrem muito. Ah...mas não há nada como um dia de sol, para todos andarem contentes.

Eu também estou muito contente, gostei da estória que a RITA contou, estive com muita atenção, amanhã venho ouvir de novo.

natalia nuno
rosafogo

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

QUANDO FÔR MAIOR



ERA UMA VEZ... estes versinhos foram criados para um menino diferente que necessita de muito carinho, e que quer ter muitos amigos.


Ergo com esforço meus braços
Tenho meus ossos frágeis delicados
Mas tento dar meus abraços
A quem me dá seus cuidados.


Ás vezes meus lábios tremem
Num movimento impulsivo
Tremem as mãos como se frio tivessem
Não quero parar! Estou vivo!


Quero ir á escola, ter amigos
Não quero ficar esquecido
É para isso que vivo!
Pensam que ando perdido?


Não quero minhas mãos atadas
Sou menino igual a tantos
Contem-me estórias de fadas
Sei-as de cor! São meus encantos.


E quando já fôr maior?
Não posso demorar-me mais!
Também quero ter meu AMOR
Pois sou igual aos demais.




Este poema obteve uma MENÇÃO HONROSA, em 2009 no Concurso de Poesia da APPACDM de SETUBAL.
Poema criado para um menino diferente.


rosafogo
natalia nuno

domingo, 6 de novembro de 2011

NO JARDIM DO JOÃO



Que confusão aqui vai!
Diz o João e com razão.


A Aranha estende a armadilha
Para ver se alguém cai
Logo tudo se ensarilha
Ai meu DEUS o que ali vai!
Anda a Libelhinha distraída
a esvoaçar aqui à volta,
como quem anda perdida.
Nem se lembra do Peneireiro
aqui á solta!

O Peneireiro é um passarinho
Que gosta de andar ao sabor da aragem
Lindo! Esvoaça, abrindo a plumagem.

Hoje todo o Mundo parece alvoroçado
Os bichinhos andam no prado
Mas só o Pica-pau assobiava
E o  Gafanhoto saltava

Ah...mas o Peneireiro...!
Esse muito saltitava
Entrou devagarinho no celeiro
Do tio JOAQUIM
E encheu o papo,
e depois veio para o jardim
apoquentar os demais!
Mas estava tão feliz
Que até assustou os Pardais.

Um Tordo que por acaso ali passava
Pousou num ramo da cerejeira
Eis quando sem querer
 com o pé, a Joaninha esmagava.
Chorou tanto!
Coitada é que lhe fez mesmo doer.
Ficou toda a tremer!!!

Mesmo ali á beira,
O Porco Espinho
Estava ao sol de barriga pró ar
Não deu conta de nada,
quase adivinho...
Que continuou a ressonar!
Escondidinho
numa caminha
de folhas de sabugueiro,
onde dorme o dia inteiro.


HUM!!!
De repente deu-lhe o cheiro
Espetou as orelhas no ar
E pensou:
Ah...este Peneireiro, ainda o vou apanhar!


É que era tal o reboliço!!!!!
Que ninguém podia descansar.


Então!!!!Vamos lá a ver isso!
Caluda, que é a hora da sesta!
Ou o senhor Peneireiro
pensa, que aqui há festa?


Não há tempo a perder
O Ouriço tem razão!
Diz o Tordo, que ainda não conseguiu comer,
as cerejas descansado.
Oh Senhor Peneireiro!!!! Não se faça convidado.
Os frutos são minha dieta
Se o senhor já tem o papo cheio
Vá-se embora...
Deixe a Libelhinha quieta.

Ía a conversa a meio
Sai da gruta um fantasma esquisito
Todos de cabeça no ar...
Que fantasma!!!! Que até sabia voar!
Então quem era?
O senhor Mocho que se dirigia
para a floresta.

E do dia
Já pouco resta!
Cada um vai á sua vida
Que a briga já está esquecida.


Hoje esteve um dia de sol, os bichinhos se divertiram, ás vezes se zangam, porque uns são mais barulhentos, quezilentos, mas depois acabam sendo todos amigos. Agora já todos no campo dormem,
cada um no seu galho, ou no seu cantinho feito de folhinhas fofas, só anda mesmo por aí a Coruja e o Mocho, que de noite se alimentam e por isso saem ao entardecer...ai, ouvi agora um grande estrondo, é um trovão, já sei... vamos ter mau tempo, mas eu sou um Melro muito esperto, vou direitinho ao telheiro do
vizinho Joaquim e lá não apanho chuva.


Meninos vamos todos a recolher, amanhã venho contar outra estória, não percam!


rosafogo
natalia nuno

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A MENINA TRISTE

crianças-childrens

Era uma vez....


Uma menina que vivia rodeada de flores
Num campo lindo onde os miosotis
Cresciam ...cresciam, deixavam seus odores
E perguntavam à menina:
Mas porque não ris?
Andava ali por perto
Um cantante rouxinol
Mas a vida da menina era um deserto
Quer houvesse ou não o calor do sol.


Um dia as borboletas, também chamadas mariposas
Juntaram-se e combinaram fazer a menina rir

Como perguntam vocês:

Levaram-lhe rosas
abelhinhas para zunir
Até um zangão!
Para lhe adoçar o coração.
Voltearam, voltaram a voltear
Á sua roda, para a menina alegrar.

Eram coloridas as borboletas , de asas
azuis, cor de fogo, amarelas
castanhas, e volteavam sem parar
Mas a menina em vez de rir
continuava a chorar.


Já desesperadas sem saber
que fazer
Foram ao canavial,... e, duma cana
bem verdinha
fizeram uma flauta! Que magia!

Nessa mesma tardinha
a menina se alegrou
Pois o que ela queria?
Era ser bem feliz tocando
e a música saía do seu coração,
as abelhinhas e também as borboletas
E até o zangão...
Dançaram até cansar!
Felizes por esta estória tão bem acabar.


A menina triste, hoje está contente
Vive no jardim onde habita o rouxinol
Aquele cantante, que abre p'la manhã sua goela
E  com a companhia do sol
Todos estes bichinhos
São a companhia dela.


A amizade não se compra nem se vende,  entrega-se de coração, como se dá uma flor... tal qual o cheiro da flor entra pelas nossas narinas, também a amizade entra em nossos corações.
As flores tratam-se com muito jeitinho e então os amigos? Claro  faz-se por merecê-los com pequenos gestos carinhosos e com palavras ditas com sinceridade.
Brevemente conto-vos a estória do menino de olhos aflorados e vivos que tem uma bola de trapos e  joga com os outros rapazes lá no largo da igreja,  que também se pode chamar o adro da igreja, ali eles, sabem sempre as horas certinhas, pois o relógio da torre da igreja hora a hora vai tocando para toda a aldeia ouvir.
Gostaram da estória? Outras tantas posso escrever e desvendar-lhes muitas coisas que eu sei!


rosafogo
natalia nuno

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O ENTRETÉM DO COELHINHO ZACARIAS


Já viram bem este coelhinho Zacarias
sempre a fazer rótulos, na expectativa
de não se esquecer...ou então é só para
se entreter!


Hoje á secretária se sentou
Num pincel pegou
e lá se pôs a desenhar!
E o que fez?
Qual de vós quer adivinhar?
Pois eu digo:
Escreveu no rótulo, um, dois, três!



Pôs de lado pegou no telescópio
e pôs-se a mirar...
Eram horas de ir dormir!
Mas como era sábado, deixou-se ficar
Tantos lápis e pincéis para arrumar!
Mas o coelhinho Zacarias gosta de fazer serão
Passa os dias a desenhar
Faz questão,
de não deixar o tempo passar.


Ai Jesus ... que desarrumação!
Pensa o Florentino seu irmão,
que desde pequenino
gosta de tudo no seu lugar.
Mas o coelhinho Zacarias não lhe dá ouvidos
Diz-lhe que vá para o seu quarto
Que os seus apurados sentidos
Estão no auge...
E que de o ouvir  já está farto!
Mas os irmãos são amigos
Que não haja confusão!
Quando um necessita
Logo o outro lhe dá a mão.


Bem!!! Agora assomou um passarinho
Ali na janela!
Ah...veio espreitar o Zacarias!
Que correu logo pra ela.
Era um chapim,  ou seria um pica-pau?
Mau...mau!!!!
Era mesmo um chapim!
Diz o coelhinho Zacarias:
olha como ele canta tão bem,
só pra mim!


Eu sou um pouco descuidado
Meu irmão diz que sou distraído
Mas gosto de tudo rotulado
Porque sou mesmo esquecido!
Ali dependurado,
tenho um molho de nabiças
E mesmo...mesmo ao lado,
plantei minhas hortaliças.
Então pra não ficar baralhado
Trago tudo rotulado.


Quem gosta de mim assim!
É meu amigo, aceita os meus defeitos
Tal qual o passarinho...o chapim...!
Que me anima com seus gorgeios
Pousado na janela ou nos ramos dos enleios.


Nesta hora passa rente à janela do coelhinho ZACARIAS,  uma nuvem muito branca, logo ele
pensa que é um fantasma,  já a noite se aproxima e ele sem vontade de se deitar, então pega nos seus pincéis, um , dois, três, e lá começa ele outra vez.


Amanhã? Venho cá de novo para vos contar se ele já arrumou o seu quarto...e por falar em arrumar e os meninos já arrumaram os vossos? Ah....é que só volto quando tudo estiver arrumadinho.
BOA NOITE!


Eu sou a MARIANA e fui eu que acabei de inventar esta estória.
Feliz Natal 2011
natalia nuno
rosafogo
imagens retiradas da net.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

BOSQUE DO DESENCANTO



Era um bosque encantado...era!

E nele havia uma fada boazinha
Fazia magia com a sua varinha
Ora magia!!!
Todo o Mundo queria!
Então lhe chamavam fada madrinha.
Tudo transformava com sua mãozinha.


Logo os  passarinhos pediam
Um poiso onde dormir
E todos os habitantes do bosque
queriam,
alguma coisa pedir.


E foi tão emocionante!
Fizeram uma manifestação
E logo ali num instante
Se instalou a confusão.



Uns queriam comida
Outros queriam reinar
Pôs-se o  pobre do caracol de fugida
por não conseguir  aguentar,
é que mora muito rente ao chão!
É o primeiro que vão pisar.


Pegou no cartaz e andou
Coitado ele só  pedia,
 poder voar!


Daqui a nada
Começa a terra a tremer
E a fada sem aparecer!
Afinal a manifestação deu em nada
Nada lhes pôde valer!
Nem a fada...


Quase a noite a chegar
Os que acreditavam ficaram
Os outros abalaram.
Já nada é perfeição!
Sem a magia funcionar
Diz o rouxinol com emoção.
Todo o Mundo se decepciona,
porque há sempre uma bruxa má
Uma personagem inquietante
É maliciosa já se sabe!
Acaba com a festa num instante.

E assim cada um vai à sua vidinha
E esquece a fada madrinha
Que é sempre boazinha
Mas desta vez, esqueceu-se da varinha.


O sonho vai acabar!
Com ele a história da fada
Ficou o caracol sem asa
E tem de levar, às costas a casa!
Vida de pobre caracol é o mesmo que nada.


Os outros bichinhos não ficaram muito animados
Tinham dado asas à imaginação
todos queriam pela varinha ser tocados
mas acabou a manifestação.


Amanhã há mais!
Manifestação tem de se fazer,
Nunca é demais!
Reivindicar para melhor viver.


E assim no bosque um por todos e todos por um
gritavam a bons pulmões, queremos um prado mais verde, onde chegue a todos o sol, a justiça seja igual para todos, com muita luz, muita água e muita comida por todos distribuida.
Será que a fada lhes concede todos os desejos? Hum!!!! Vamos ver, daqui a pouco é o Inverno a comida escasseia, mas tenham calma, não vão andar à tareia, é preciso tudo aproveitar para não vir a faltar.


Termina esta estória que o contador não soube contar melhor, porque estava muito emocionado
com a força que os bichinhos demonstraram manifestando-se, é que a união faz a força.
natalia nuno
rosafogo

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

AS FÉRIAS DO LUÍS E DO JOÃO



O Luís e o João
São dois amigos inseparáveis
O João é brincalhão
E o Luís é um dos amigos mais amáveis.
O Luís tem um pião
E uma guita bem vermelha
Uma bola leva o João
Mas tem que haver cuidado
Não vá partir uma telha.
Do telhado ali ao lado.


Juntam-se outros amigos
que também gostam de brincar
Lançam o pião no chão
Fazem-no rodopiar na mão.
Depois...ah, depois vão a bola chutar.
E ver quem mais golos vai marcar.


Logo, logo começa a escola!
Em casa fica a bola
e o pião...
E lá levam na sacola
os livros, os cadernos ...e os amigos
no coração.
Mas do que mais gosta o João
É da hora do recreio
Toca a sineta e então
São dez minutos em cheio.

Contam aos amigos as brincadeiras
Passadas na aldeia dos avós
Das correrias, das canseiras.


Entram na aula e a professora
 manda baixar a voz.
Estão eufóricos é o primeiro dia!
Tinham dos outros amigos saudade
E é tamanha a alegria!
Que a entrada na escola
 é para eles felicidade.


Logo acabam por chegar
As férias do Natal...
já estão aí!
Diz o João a sonhar
Que o Pai Natal, desta vez lhe sorri.
Já até uma carta lhe escreveu
E o Luís outra igual
E ao Pai Natal, prometeu
Na escola não se portar mal.

O João quer um pião
Novinho em folha
E o Luís uma bola
Porque esta está velha
e pouco rebola.
Um pião bem afiadinho
para ser lançado ao chão
E um berlinde bem redondinho
Para picar o do João.


 Depois dos deveres de casa
Vão para a rua brincar
E só voltam para casa
Depois da Lua chegar.

É bom ver o sorriso no rosto destes meninos!
E assim acabam os dias destes meninos bem comportados,
o seu tempo dá para estudar e brincar, e assim deve ser, há
tempo para tudo e é bom aprender.
Aprender, com os adultos, os bons modos, a ser educado, a
respeitar os mais velhos, ter atenção, ter cuidado.
E ter amigos por perto, também é muito bom, partilhar é
dar e receber.









natalia nuno
rosafogo
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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A LAURA E O BALOIÇO




Numa ribanceira
pertinho da eira
a LAURA tinha um baloiço
e nele voava...voava
como se asas tivesse.
Ainda hoje ao passar, a ouço.
Ah...aquela menina
era bem ladina!
Para quem não soubesse
nem ler,
nem escrever
Ela se apressava a ajudar
E com sua mão pequenina
lá se punha a escrever e a suspirar!


Escrevia cartas de amor
e também de saudade
Tinha amigas na flor
 da idade...
Que lhe tinham muita ternura
Sendo ela pequenina, como sabia
bem escrever e fazer a leitura.


Escrevia, cartas ás vizinhas
que tinham os filhos emigrados
tão chorosas e tristinhas
para os filhos tão amados.
Tudo ela fazia com abnegação
Pois era bondoso seu coração.


Então sempre começava:
Meu filho espero que te encontres bem!
Quem te escreve é tua mãe!


Ou então :
Meu querido amor
Quem te escreve é tua amada
e assim a LAURA era muito acarinhada.
Por toda a gente da aldeia
E ainda hoje, falam dela à boca cheia.


Era uma menina franzina
Até mesmo magricela
Mas mesmo assim pequenina
Todos contavam com ela.
Ía á fonte com a cantarinha
E levava sempre a rodilha
Transportava à cabeça água fresquinha.


Ah...como mãe tinha orgulho na filha!


E o baloiço, continua em sua mente
Agora que os anos passaram...

Na aldeia aprendeu a ser gente!
Não esqueceu quantos a amaram.
A oliveira,
lá está no cimo da ribanceira
Com as raízes
bem pregadas ao chão!
Ramos bem fortes, lembrando dias felizes
Que a menina do povo não esquece não.

Esta história é apenas um sonho, sonhado há muito, um fragmento duma nuvem espalhada no
pensamento,  onde correm também avezinhas velozes, onde se avistam cascatas impetuosas, vales de amendoeiras em flor, papoilas brilhando na noite,borboletas de mil cores, andorinhas soltas p'la manhã, onde se assomam as estrelas, onde há cânticos no ar, tudo é visão presente neste sonho.
Tudo é fascinação, tudo é um paraíso.Quem contou a história de hoje? A ROSA, claro, amiga da LAURA a nossa personagem da história, com quem dividiu suas brincadeiras.
Assim termina mais um regresso á infância simples mas dum tempo dourado.

rosafogo
natalia nuno
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terça-feira, 9 de agosto de 2011

A ANA E O AVÔ MANUEL

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Hum!!!!
Hoje está um dia muito agradável
Corre até uma aragem...
E o avô MANUEL está táo amável!
Estamos na eira
vou andar no trilho agora,
que o avô quer despachar o trigo
ou será o milho?
Vamos a isto, vamos embora!
Grita alto o avô... dando ordem
 á égua que puxa o trilho.


Em pouco tempo, o trigo esmagado
Agora falta levantar ao vento
Fica o trigo da palha separado
Ficará pronto rápido,
só mais um  momento,
há que aproveitar bem o vento.

Depois leva-se o trigo ao moinho.

Ah...eu também sei o caminho!
Gosto de ver rodar a mó
Vou lá muitas vezes com a avó!
A mó vai transformando o trigo em farinha
E ao milho fará a mesma coisa?
Quem adivinha?
É verdade, também o milho,
o moinho o mói.
Agora fiquei aqui só!
O avô conversa com o moleiro
sobre a vida...sobre as colheitas,
e como já estão idosos
falam também das maleitas.
Mas estão muito curiosos
Com o que se passa na aldeia,
pois não é qua a vida está cara
E o povo regateia?

Mas eu ainda sou pequena
E só penso em brincar
Mas às vezes me dá pena
E gosto de meu avô acarinhar.
Fizémos o caminho pró moinho
E agora voltamos p'lo mesmo caminho.

Aguarda-nos a égua que a casa nos vai levar
O avô olha o relógio
Pois está na hora de almoçar.
Já a avó ERMELINDA nos aguarda

Já lá vem a minha gente!!!
...Grita ela ,
quando nos avista
da janela...
Ela gosta de nós...a gente sente!!!!
DEUS prometeu e não tardou!
E assim meu avô
mais uma tarefa terminou.

Farinha não faltará,
Para fazer nosso pão
De trigo ou milho bem amarelinha
Para o ano mais haverá!
E eu serei maior, levarei a égua sozinha!
Entretanto outro Inverno passará,
E a avó fará,
manteiga com fartura
Que o nosso pão besuntará
Com a sua ternura.


A ANA, gosta de acompanhar na labuta do campo, ajudando os avózinhos, a colher, a regar e até no
trilho andar, com o cabelo ao vento, com a égua a galope, aprende como se corta a lenha para a lareira. Das mãos do avô ressurge o calorzinho contra o inverno...enquanto a avó infatigável, faz doces nutritivos e saudáveis.E tudo se sucede misteriosamente ano após ano,  num estável suceder, a água dos ribeiros surge com mais força brincando por entre pedras, cantando sempre a mesma melodia, vai enchendo nossas cântaras para nos matar a sede, até que chega ao final, cumpre seu destino e une-se ao mar imenso. Tudo isto é uma dávida de Deus! E assim termina mais uma história no «Era uma Vez»


rosafogo
natália nuno
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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O POMAR DO AVÔ JOAQUIM



Hoje sim...está um belo dia de Verão!
Cheira à resina dos pinheiros
Mas que frescura matinal
Nesta tranquila solidão....

Mas já começa o bulício
Saem fumos p'las chaminés!
Já hà gentes no seu ofício
Todos já tomaram seus cafés.

Meu Deus quantas laranjeiras
e tantas trepadeiras!
Ah...ali é o feijão-verde a trepar!
E lá anda o avô JOAQUIM a regar.
Há flores abertas cheinhas de abelhas
e nos telhados, bate o sol nas telhas.
Em vôo, desaparece um pardal telhado
Já se ouvem os trinados
E estende-se o orvalho sobre o prado
e sobre os silvados...

Há um alvoroço grande nos arbustos
E melodias constantes que não dão sossego
São os rouxinóis, que levam grandes sustos
Mas têm p'la lezíria grande apego.

E o avô JOAQUIM já regou o pomar
Com água que tirou do poço
Leva vegetais frescos para o jantar
E também os comeu ao almoço.

O que se passa?
É o dia que se ilumina!
Depressa começa...
e eu sou ainda  uma menina
que de viver tenho pressa.
Vou ter ao pomar com o avô
e levo-lhe o meu sorriso e boa disposição.
Ah...eu hoje feliz estou
A minha avó, me leva pela mão.

Há sempre muitos afazeres no pomar, cuidar com carinho dos vegetais, regá-los com água do poço ou do rio. Os vegetais que se plantaram  estão a crescer, pimentos, alfaces, cebolas, feijão verde, favas, ervilhas, cenouras, e tantos outros que fazem bem á saúde...são bem gostosos quando se colhem e se comem de imediato, bem fresquinhos. O avô Joaquim, trata-os com muito cuidado, levanta-se cedo e lá vai...escuta os chapinhares dos passarinhos a banharem-se no ribeiro, para ele nada é mistério, sabe tudo sobre a natureza. Já foi criança veloz, mas agora correram os anos por ele.
No entanto o avô JOAQUIM tem boa memória e lembra-se de ir ter com seu avô, que por sinal também se chamava JOAQUIM,  então, comia a fruta das árvores, naqueles tempos não tinham pesticida... o avô JOAQUIM gostava muito de ameixas, douradinhas pelo sol,  e depois ajudava seu avô, foi assim que aprendeu... termina aqui mais uma história no    «Era uma vez...»


rosafogo
natalia nuno

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A JANELA DA LUISINHA

HOJE CONTA A LUISINHA

Tenho uma janela
Onde entra o Sol
E pendurada nela
Tenho a gaiola com meu rouxinol.

Ali perto, mesmo à beira
Coloquei um vaso com uma sardinheira
Noutro vaso um amor perfeito
De vez em quando abeiro-me
e espreito.

Vejo toda a aldeia
e o relógio da torre
e o sino
que toca tão triste...sempre que alguém morre.
Perto da hora da ceia?!
Toca as Avé Marias
E nunca se esquece,
Toca-as todos os dias!

Lá vem a minha vizinha
Vejo- a daqui da minha janela
Quando ela se aproximar
Falo um pouco com ela.
É bom sermos amigas, das mesmas coisas gostar.
Vamos as duas à fonte
Enchemos a cantarinha
Olhamos o horizonte
Quando o sol se deita na sua caminha.

Depois regresso à minha janela
Recollho o rouxinol
Chega a lua e eu espero por ela
Já se foi entretanto embora o sol.
Rego também a sardinheira,
de seguida o amor perfeito,
e o gato ciumento deita-se à minha beira,
para que lhe dê mimos,
Ah...este gato não ganha jeito!


Já tudo está bem sossegado
Nesta aldeia tão amada!
Só o gato a meu lado...
E eu na janela debruçada.
Amanhã chegará o sol
Que me entrará p'la janela
Coloco de novo aqui o rouxinol
Volto a olhar a aldeia, e a beleza que vejo
nela.

Boas vistas se disfrutam da nossa aldeia, os arrozais bem verdinhos, os milheirais, o sol a nascer, a fonte a correr, as casas caiadas de branco com risquinha azul ou amarela, aqui da minha janela tudo se avista, por isso mesmo, quando vou à cidade, volto sempre aqui com muita saudade...
Assim acaba a história no era uma vez...com um final feliz!

rosafogo
natalia nuno
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terça-feira, 2 de agosto de 2011

O PASSEIO DA LUISINHA



Hoje dei uma voltinha à beira do rio,
A água caía certinha p'lo açude,
cantando ao desafio.
Ao chegar lá abaixo,
esperavam-na dando saltinhos
as enguias, escorregadias....


Mais além nas margens verdejantes
andavam uns verdinhos veraneantes
os sapinhos de papo inchado!
Que cantavam...cantavam de olhinho fechado.


Caminhei mais um pouco, já o sol aquecia
Todos andavam na faina do dia.
O caracol, era o mais vagaroso, lá ía
no seu andar lento.
Enquanto o pintassilgo abria
as asas ao vento.


Logo ali no milheiral, um som esquisito!
Ninguém lhe tinha feito mal,
mas a rolinha deu um grito.
Assustada por ouvir um estalar profundo
Nada mais que um foguete!
Mas apanhou o susto maior do mundo.


Ao longe a ponte que atravessa o rio
E um casal de melros cantando ao desafio.
E a água sempre a correr
Galgando por entre o arvoredo
Vejo um passarinho a tremer...
Saíu do ninho e está com medo.
Está a tarde iluminada
Imponente, de sol ardente!
Mas vem a noite daqui a nada
E lá se ouve o galo de alta crista
Mandar dormir toda a gente.


E eu volto a casa, por entre as macieiras
E imagino-me num intenso voar
Já ouço as cigarras cantadeiras
Sinto a pele dos meus sonhos a estalar
E lá sigo com o olhar
Os passarinhos descobrindo onde prenoitar.
Um está mesmo aqui defronte
Bem pousado numa espiga
Outro vai a caminho do monte
Já se aproxima a Lua amiga.

O rio sonha que vai longe,
mas está perto!
Cai a noite e é tanta a quietude
que tudo parece um deserto.


Sente-se no ar vinda do rio uma humidade
Caminho agora num silêncio macio
Já levo saudade,
das margens do rio,
onde a vida é tanta, que me encanta.


A Luisinha, acabou assim o passeio diário e contou-nos como foi
seu caminhar, tudo o que apreciou enquanto passeava. Nas margens há belas sombras,
e a nossa presença tem que ser silenciosa para não afectar o habitat dos que ali vivem.
Também a avó da Luisinha se recorda muito bem dos aromas da infância, das amoras maduras, das uvas amadurecidas, de banhar-se alegremente no rio...assim se desenrolou mais uma história no... «era uma vez...»


rosafogo
natalia nuno
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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ALVOROÇO NA LEZÍRIA


Hoje a abelhinha andou por aqui
mas estava triste...e porquê?

Dizia ela:

Ficou o céu cinzento
e lá se foi meu alento...
Ando aqui de flor em flor
Mas sinto falta do sol e seu calor.

Logo a rã respondeu;

Eu estou fresquinha
Não me importo nada!
Apanhei esta chuva miudinha
Hum!!!
E estou muito animada!
Tinha a pele ressequida
Do calor deste verão
Tinha que andar fugida
Á sombra do mangericão.

Chegou o louva a deus e ouvindo a conversa
também entrou nela.

Eu cá por mim tanto se me dá
Mas assim está melhor!
O vento abana o raminho
para cá e para lá...
e eu durmo um soninho,
descansado e sem calor.

Logo vem a cigarra cantadeira


Não dormes não!
Dorminhoco
Que eu canto a minha canção
Ainda hoje cantei tão pouco!
Ah...mas vou cantar até de madrugada!
E vou começar daqui a nada.

Logo o grilo de preta asa
chega por ali perto e não se contém
Meus amigos, o tempo vai e vem!
Hoje, está triste como eu
E cai uma chuvinha do céu
Mas haja esperança
Que ainda o verão é uma criança!
Eu vou até à lezíria onde tudo é verde
Mato a minha sede...
E se amigos por lá encontrar?
Nem sei se vou voltar!

Mas o tempo não mudou e todo o dia esteve cinzento
E meu DEUS, quanto lamento!
Na seara todos estão tristes a valer
Será que não volta o calor para os aquecer?
A abelhinha quer fabricar seu mel
Que é o melhor das redondezas
A cigarra quer cantar
E o grilo saltar
e correr... cometer grandes proezas.

Surge então a borboleta
de mil cores...bem colorida.
Dizendo maravilhas da vida.
Ah...venho de longe a esvoaçar...
trago até uma novidade!
O sol amanhã vai voltar
Para os que já têm saudade.

E lá ficaram todos muito felizes,
tornando a tarde ensurdecedora com seus cantos
e no céu as nuvens pareciam pedaços de prata.
Ainda não está o sol a descoberto, mas os nossos amiguinhos
só de saberem que ele vai voltar, seguem pelo verde campo
docemente humedecido por uma chuvinha de verão.
Assim acaba mais uma história...era uma vez!

natalia nuno
rosafogo
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quinta-feira, 28 de julho de 2011

QUINTAL DA AVÓ GRACINDA



ERA UMA VEZ...


A avó Gracinda. já tem uma certa idade, vive no meio da aldeia e tem uma

figueira no quintal velhinha, mais velha ainda que a avó Gracinda, é verdade...
Quando se sente só, desabafa com a sua árvore que sempre lhe fez companhia,
ainda era bem criança, já a figueira dava bons figos que a menina comia, com prazer,
sentada num ramo baixinho.


Tanta companhia me dás
E são tão bons os teus figos
Já se foram meus amigos
Mas tu, sempre por aqui
estás...
No verão teus frutos colho
No Inverno choras comigo
Quando em casa me recolho
Da janela falo contigo...


E assim passa os dias, falando com a velha
figueira, recordando a roda que fazia com as suas amigas
ali bem pertinho dela.

E então recorda...
Aqui vai o lenço
Aqui fica o lenço
Ai...como era bom ser pequenina!
Muito feliz e ladina
Hoje quando nisto penso
Me dá uma saudade!


Ah...é verdade, e também o jogo da malha,
lembras-te figueira?
Havia a NINA. sempre à minha beira.

A NINA... a cadela de branco e preto malhada?!
Deus me valha!
Não a quero esquecer, por nada.


Tanta flor mo quintal havia
E borboletas a esvoaçar!
E o galo que ao romper do dia
desatava a cantar?!
Logo as galinhas alvoroçadas
Começavam a cacarejar
E eu tão pequenina sabia
Que eram horas de levantar.


E até tu figueirinha amiga
tanto cresceste...
Passas acima do telhado!
Também tu não esqueceste
Esse nosso tempo encantado.


Hoje somos só tu e eu
Companheiras e amigas
Tu vives sonhando atingir o Céu
Mesmo que nada me digas
Eu sei que estás aí!
Pra me ajudar a recordar
Tudo o que vivi.


E todos os dias a avó Gracinda canta as cantigas que
sabe de miúda... Aquela ...do Indo eu. indo eu a caminho de Viseu, ou aquela outra, olha a mala, olha a mala, olha a malinha de mão...etc. e a figueirinha, sempre atenta, lá vai recordando tempo que passou há muito. Naquela aldeia nada mudou, mas já há muita falta dos sorrisos e brincadeiras das crianças, e por isso está um pouco mais triste.


rosafogo
natalia nuno
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segunda-feira, 25 de julho de 2011

AS TRÊS ÁRVOREZINHAS



A ALICE, gosta de se sentar á sombra das arvorezinhas
a descansar, fica assim mais perto da natureza, e então hoje vai
contar-nos uma história.

Nasceram e cresceram
pertinho,
três árvorezinhas
perto dum ribeirinho.
Nelas os pintassilgos fazem o ninho
Verdinhas....
...de tanta beleza!
Passa por elas o vento zunindo.
E fica bela a Natureza.
De quando em quando uma folhinha
triste caindo....

Estas arvorezinhas são sombrias
Mas a sua vida é perene
Alegram os meus dias.

A uma chamo de Irene
À outra chamo de Rainha
É alta, é como se fosse prima minha
E a terceira é frondosa
A essa...ah! A essa eu chamo Rosa.

As três formam uma clareira
Onde o sol entra de mansinho
E mesmo aqui à minha beira
Anda um passarinho,
carregando no bico, palhinhas
para o ninho.

Quando tenho muito calor
Sento-me debaixo do seu verdor
Então passa uma leve brisa
É o bom tempo... bem que avisa!
Que chegou para ficar.
- E é ver as ávezinhas
Nas ramagens a nidificar.

Mais Gatinhos pra decoupage
Ali ao lado passa um regato
Com água bem cristalina!
Onde vai matar a sede... um gato
E atrás dele vai  também uma menina.
Primeiro ela molha um pézinho
Logo depois molha o outro!
Eis quando aparece de mansinho
Á sua beira a beber água... um potro.


É bom andar em liberdade
Correr o campo, comer da árvore a fruta
Ah...como eu tenho saudade
Dessa constante labuta.

E depois debaixo das árvorezinhas
Deixar-me á sombra a refrescar
O vento a bater nas folhinhas
E eu a sonhar...a sonhar!

rosafogo
natalia nuno
imagem ret. do blog imagens para decoupage.