
em tudo via sombras hostis,e nesses instantes
mas quando olhava de novo apercebia-se que
naquilo que via não havia segredo,
e amigo que ora saltitava
ora ronronava,
agachado no borralho da lareira,
mesmo ali à sua beira,
e assim passava
ronronando o dia inteiro.
ali perto havia também um pucarinho de barro
no braseiro
com café a aquecer e ao lado um tarro,
com leite acabadinho de tirar da cabrinha,
e portanto tudo era imaginação
da sua cabecinha.
nada havia para além disto…!
a menina
então encheu-se de coragem, soltou as tranças p’las costas
deu mostras,
de ser já uma senhora
... e de repente mostrou-se muito contente
a menina
então encheu-se de coragem, soltou as tranças p’las costas
deu mostras,
de ser já uma senhora
... e de repente mostrou-se muito contente
e efusiva,
trancou no coração os medos, esses sentimentos que
estava disposta a esquecer,
e altiva,
cantou até ao entardecer.O seu rosto era pálido e delicado,
o nariz pequeno mas bem feito,
o rosto rosado perfeito
e o seu olhar tudo passou a ver belo e vistoso,
e a vida era uma como flor.
Seus gestos decididos, confiante, tratando todos com
amor.
Chegou a noite, as nuvens percorriam o céu,
ralas e finas,
as andorinhas regressavam ao ninho,
e a menina e o gato ali no seu cantinho!
Ouvia-se na ribeira o entoar do coro
das pequenas rãs, era o fim do dia
aparecia a lua, e o brilho do luar, abarcava toda a lezíria,
e a menina sentada à lareira, fechou os olhos
e põs-se a sonhar.
O ribeirinho cantava, a coruja passeava como era costume
os pirilampos não paravam de acender e apagar sua luz,
cmo se fosse labaredas de lume,
era já tarde na noite, na aldeia estava tudo sossegado,
esperando pela manhã, e logo que esta rompia,
o galo cantava todo empertigado
querendo acordar todo o mundo, anunciando o dia.
E assim também a menina acordou e o gatinho miou!
Entretanto as brasas tinham-se apagado na lareira,
era preciso ateá-las de novo para preparar o pequeno almoço,
as vespas já zumbiam à volta das flores,
as abelhas não dormiram
por causa do perfume que impregnava o ar,
a menina ainda meia dorminhoca que é como quem diz meia a dormir,
abre a porta para apanhar ar puro e
uma vez no limiar diz a sorrir:
que bem me sinto até bafejada pela felicidade
que é disfrutar da natureza, o resto pouco me importa
no meio de tanta beleza!

natalia nuno
rosafogo
imag-net
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