sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Era uma vez uma menina







Era uma vez uma menina de olhos perscrutantes,
em tudo via sombras hostis,e nesses instantes
ficava aflita com medo,
mas quando  olhava de novo apercebia-se que
naquilo que via não havia segredo,

era apenas um gatito, companheiro
 
e amigo que ora saltitava
ora ronronava,
agachado no borralho da lareira,
mesmo ali à sua beira,
e assim passava
ronronando o dia inteiro.
ali perto havia também um pucarinho de barro
no braseiro
com café a aquecer e ao lado um tarro,
com leite acabadinho de tirar da cabrinha,
e portanto tudo era imaginação
da sua cabecinha.

nada havia para além disto…!
a menina
então encheu-se de coragem, soltou as tranças p’las costas
deu mostras,
de ser já uma senhora
... e de repente mostrou-se muito contente
e  efusiva,
trancou no coração os medos,  esses sentimentos  que

estava disposta a esquecer,  e altiva,
cantou até ao entardecer.
O seu rosto era pálido e delicado,
o nariz pequeno mas bem feito,
o rosto rosado perfeito
e o seu olhar tudo  passou a ver  belo e vistoso,
e a vida era uma como flor.
Seus  gestos  decididos, confiante, tratando todos com
amor.
Chegou a noite, as nuvens percorriam o céu,
ralas e finas,
as andorinhas regressavam ao ninho,
e a menina e o gato ali no seu cantinho!
Ouvia-se na ribeira o entoar do coro
das  pequenas rãs, era  o fim do dia
aparecia  a lua, e o brilho do luar, abarcava toda a lezíria,
e a menina sentada à lareira, fechou os olhos
e põs-se a sonhar.
O ribeirinho cantava,  a coruja passeava como era costume
os pirilampos não paravam de acender e apagar sua luz,
cmo se fosse labaredas de lume,
era já tarde na noite, na aldeia estava tudo sossegado,
esperando pela manhã,  e logo que esta rompia,
o galo cantava todo empertigado
querendo acordar todo o mundo, anunciando o dia.

E assim também a menina acordou e o gatinho miou!
Entretanto as brasas tinham-se apagado na lareira,
era preciso ateá-las de novo para preparar o pequeno almoço,
as vespas já zumbiam à volta das flores,
as abelhas não dormiram
por causa do perfume que impregnava o ar,
a menina ainda meia dorminhoca que é como quem diz meia  a dormir,
abre a porta para apanhar ar puro e
uma vez no limiar diz a sorrir:
que bem me sinto até bafejada pela felicidade
que é disfrutar da natureza, o resto pouco me importa
no meio de tanta beleza!


Às vezes assustamo-nos sem razão, acontece quando o dia está cinzento e quase sempre ao anoitecer, surgem então sombras e pequenos barulhos, que mais não são que falta de luz que provocam estas ilusões ao nosso olhar, pingos da chuva que caem do telhado ou das das folhinhas das árvores que se movimentam com o vento. Mas logo surge um dia de Primavera claro e tudo volta a brilhar e a sorrir-nos, aí saltam os pequenos pintarroxos, as milheirinhas, as carriças, as rolinhas, e outros mais... então, é ter tanta felicidade por ver tanta alegria, que esquecemos os nossos medos ou (fantasmas) também assim se chamam.

natalia nuno
rosafogo
imag-net





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