ERA UMA VEZ..Lá no cimo do monte
Vive o tio BENTO
Lá num esconde, esconde
Que eu trago no pensamento.
É de pedra a sua casinha
E de pedra é a sua calçada
Desce o monte com a burrinha
Tráz a burrinha arreatada.
E a burrinha zurra...zurra, aflita
Pois já vem muito cansada
Mas para sua desdita
Ainda é distante a caminhada.
Ao voltar, volta feliz
No monte tem alegria
O tio BENTO sempre quiz
A burrinha pra lhe fazer companhia.
Na casinha há duas janelas
Uma porta e uma chaminé
Entra o sol por elas
E de lá não arredo o pé.
Diz o gato TOZÉ.
Avista-se todo o horizonte
Vê-se que o Mundo é redondo
Há amendoeiras no monte
E galinhas que ovos vão pondo.
Há sempre um galo bem disposto
Que canta ao madrugar
Ainda nem é Sol- posto
E ele lá volta a cantar.
O tio BENTO gosta dos pintainhos
E também dos coelhinhos
Apanha ervas tenrinhas
Todas elas gostosinhas.
A casinha é de xisto
Pedra negra, fortaleza
Não precisa mais que isto
Para estar pertinho da Natureza.
Se tem frio faz uma fogueira
Senta-se ali bem pertinho
Encostadinho á lareira
Mas com muito cuidadinho.
Mas no verão dorme na eira
Que o calor por lá aperta
Chega a Lua sempre certeira
E alumia a noite deserta.
Todos dormem aqui no monte
Só se ouvem agora as rãs
E a nascer no horizonte
Todos os dias o sol pelas manhãs.
Que felicidade
é esta?!
Já me dá até saudade!
De ir dormir uma sesta.
Apanhar pirilampos à noitinha
E banhar-me nas águas da ribeirinha.
Esta histórinha foi contada pelo gato TOZÉ, que fica sempre à janela à espera
do tio BENTO, apanhando sol.
No monte o tio BENTO é feliz, agradece a Deus, ter os
animais por companhia, e à noite a Lua, que ele gosta de cumprimentar.
Tem o Sol que tudo aquece, o som da ribeirinha a correr, os rouxinóis a cantar,
e a terra para cultivar. Amanhã o tio BENTO vem à vila de novo, vender os seus produtos hortícolas, bem fresquinhos
acabados de apanhar.
Chegando à praça começa a apregoar!
Quem quer, quem quer!
Quem quer comprar?!
rosafogo
natalia nuno
