Este blog tem a finalidade de deixar alguns poemas infantis, alguns entraram em Antologias a favor das crianças e foi um prazer enorme criá-los. Sempre que voltar à meninice soltarei por aqui mais um poeminha. Acho que me vou divertir imenso! Este poetar faz as minhas delícias...
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
A HISTÓRIA DA FIGUEIRINHA
Hoje lembrei duma figueirinha muito especial, então resolvi contar a
história bem real.
Era uma figueirinha, a tantas igual
Foi plantada no tempo dos bisavós
Mas em dia de temporal
Foi arrastada pelas águas
Ficando no meio do rio
A sós...!
Porém,
tinha a raíz bem forte
ficou sempre à terra ligada
e ninguém
conseguiu dali arrancá-la.
Nem o vento do norte!
Pois tinha a amizade da menina a segurá-la.
A figueirinha que vos falo, era
bem mimosa, ostentava suas verdes folhas
e seus belos figos roxos...
Na Primavera,
lá ía sua amiga a menina com quem conversava.
A menina ao tronco trepava, sentava-se,
e a figueira a convidava a comer seus figos roxinhos.
A menina agradecia, comia
e repartia com os peixinhos...
Ah! E também com os passarinhos...,
que por alí perto nos salgueiros tinham os ninhos.
A menina e a figueira eram então muito amigas,
em troca dos figos a menina cantava-lhe cantigas
com muito amor,
a música vinha do rumor
das agúas do açude,
que caíam em catadupa, brilhando ao sol da tarde...
Ah! Como a menina tem saudade...!
Molhava os pés...e ria...ria com alegria.
Ali só estava ela a figueirinha e por companhia
os peixinhos, e os passarinhos.
Durante muitos anos sempre houve esta amizade
Todos compartilhavam suas vidas,
a menina e a sua ansiedade...
queria ser grande ter mais idade!
Os salgueiros queriam suas hastes, robustas mais crescidas.
O rio enlouquecia por chegar ao mar
Os passarinhos de ramo em ramo não pararam de saltitar.
O açude esse continuava a cantar, melodias de encantar,
e a figueirinha...essa, esperava p'la menina, sempre na ânsia de a ver regressar.
Lá ficou no meio do rio, aguentando as investidas
do temporal.
E foi assim tal qual!
Um dia já cansada
de esperar se deixou adormecer,
e assim, p'la água foi levada
acabou por morrer...
Mas não fiquem tristes...
Pois...valeu a pena prá figueirinha viver,
sempre teve bons amigos, viveu feliz
e hoje a menina a recorda com muita ternura.
E assim ERA UMA VEZ...uma figueira diferente
Que dava figos com doçura,
para a menina sómente...!
Que os repartia com os passarinhos
e com os peixinhos,
que também a sua falta sentiram.
E os meninos se admiram?
Foram tempos de muito amor e união!
E que ainda hoje a menina lembra e traz no coração.
São recordações pois então...
Agora deixa-se na margem a olhar
para aquele lugar,
lá está o rio a murmurar
E ela tudo ainda ama...
E parece-lhe ouvir a figueirinha
que por ela chama!
À próxima virei contar-lhes outra história verídica, duma menina e seus amigos de escola.
Quem contou a história?
A RITA... claro, a que tem no cabelo uma fita, a que não pára de sonhar...por isso tanta história tem para vos contar.
natalia nuno
rosafogo
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