terça-feira, 3 de novembro de 2015

o Gatinho Jimmy






















Sou gato mimado
não sei nem andar no chão
adoro andar embalado
às costas, ou juntinho ao coração
faço rom rom, sou feliz
tenho uma dona bonita
e o que eu sempre quis
é ser um gato catita..


pela manhã faço miau
salto e pulo pelo meio dia
à noite levo tau-tau
se minha dona se arrelia
é que afio as unhas no sofá
se ela não me está a ver
porém, ela é boazinha
só finge que me vai bater

encho-lhe tudo de pêlo
mas ela escova-me com carinho
banho, não quero nem vê-lo
fujo logo para o meu cantinho
vem o dono de soslaio
meter-se também comigo
mas eu finjo que desmaio
mas eu sei que é meu amigo

diz-me que arranja um irmão
mas já tenho o Nô e o Naruk
não me dão muita atenção
porque eu arranjei um truque
quando aqui por perto
não saio da minha cama
e estou sempre deserto
quando a minha dona me chama
é sinal que foram embora
e me deixaram em paz
vou então comer na hora
sem saudades, deixá-los ir
tanto me faz...



rosafogo
natalia nuno

quinta-feira, 26 de março de 2015

a visita à avó...
















Olá!
Sabem o que vou fazer?
Enviar a todos os amiguinhos um pedacinho do meu coração pelo correio para não me atrasar e não esquecer de nenhum...
Quero que eles saibam que lhes desejo uma boa Páscoa, e que felizes recebam muitos coelhinhos de chocolate e também que aproveitem bem as férias.

É que eu vou de viagem, sim vou até à terra onde nasceu minha mãe, e também faço paragem onde nasceu o meu pai, primeiro saúdo  os avós que moram pertinho de mim e assim, já posso ir visitar os que moram lá mais longe...
Vou até ao campo, a avó já me espera, com o folar da Páscoa feito no forno a lenha, com farinha e ovos e a avozinha sabe muito bem como se fazem, depois corro pelo carreiro com o pequenito cão que se chama Nô e vou ter com o avô à horta, pois claro o avô anda entretido a semear as favas e as ervilhas, enquanto isso apanho um ramo de maravilhas para oferecer à mãe que ficou a conversar com a avò.
Eu também gosto muito de espreitar o poço e ver-me ao espelho nas águas lá bem no fundo, mas o avô não gosta muito, tem medo que eu caia...ai saltou o Nô e sujou-me a saia, pronto já sei que vou ouvir, mas este bichinho não tem juízo...ah não me importo eu tenho por ele muito carinho, nunca se esquece de mim, salta e volta a saltar quando chego e o aconchego nos meus braços.


Daqui a pouco é hora da missa pois já é domingo de Páscoa, já se ouvem os sinos na igreja da aldeia a tocar, como que a chamar o povo e lá vou eu de fato novo, sempre atenta com quem cumprimenta a mãe pois a conhecem desde pequenina...sim, sim eu sei que a mãe era muito ladina, corria a aldeia toda de arco na mão pois então...e sabem quem me contou? O avô!
E como passou rápido este tempo aqui, levo saudade mas a escolinha me espera é essa a minha realidade, despedimo-nos com pena dos avós queridos, agora só nas férias grandes voltaremos, no carro já se arrumaram as coisas, está tudo pronto para a partida, a avó diz-me adeus chorosa, e eu digo-lhe esperançosa, deixa que volto avozinha.

Regressamos a casa com muita alegria e ao chegar, na caixa do correio, tinha muitos bocadinhos de corações dos meus amiguinhos. Devemos dar carinho  deixar o nosso coração bater forte, sermos alegres e traquinas, mas boas meninas.

Esta estória é como um sonho daqueles que por serem  tão fantásticos nunca mais se esquecem, assim sonhando nossas vidas serão sempre dias de sol e noites de luar.


Até sempre!!!!!!




natalia nuno
rosafogo

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

visita à avó...



Hoje passei pela casa da avozinha, vim fazer-lhe uma visita rápida, mas prometi voltar de novo com mais vagar e, ir com ela passear pelo jardim, apanhar sol, ouvir-lhe contar algumas estórias e depois à volta lancharmos as duas na pastelaria que fica ali bem pertinho de casa. Tinha saudades da avó e dos seus bichinhos de estimação, levo-os a todos no coração quando daqui me vou. A avó tem uma pequenina ranhura na porta que mandou fazer ao marceneiro para que o Tim e o Júnior, venham ao jardim sem que seja necessário abrir a porta, ah...como eles ficaram felizes! Até eu gosto de estar aqui a apanhar sol com um chapéu na cabeça claro, o jardim está todo florido um pouco selvagem pois a avó já não tem forças para tratar dele como antes, mas as flores não se queixam, e deixam um aroma no ar que o sol todos os dias vem respirar... a avó gosta muito do seu jardim, tem uma cadeira de baloiço e às vezes ali adormece, pudera está tão sozinha!
Não fossem os bichinhos à sua volta e seria maior sua tristeza, mas eu também apareço, nunca a esqueço, faço-lhe um pouco de companhia, leio-lhe poesia e depois apanho um ramo de flores que coloco numa jarra bonita que permanece em cima da cómoda velha, do tempo que a avó casou com o avó Joaquim, e ela ao olhar fica feliz assim, vive de recordações e saudade que tem dos seus tempos de rapariga, diz-me ela que cantava sempre uma cantiga que a mãe lhe ensinara, eu sou muito pequena mas gosto que a avó me conte as coisas dela, sinto um arrepio de ternura... conta-me dos melros bem escurinhos que havia no seu pomar e que ela ouvia cantar, das sopas de leite ao deitar, do colo e das rezas da sua avó ao serão, das refeições em silêncio, da beleza do rio da sua aldeia e eu fecho os olhos e imagino como a avó deve ter sido feliz enquanto criança...
Sei também, que ela me contou que no seu quintal havia muitas galinhas, e que os galos cantavam em uníssono de madrugada, que o seu colchão era de folhas de milho, e que não esquece que adormecia todos os dias ao colo de sua avó que a abraçava num abraço doce.

Hoje tal como vos disse venho um pouco apressada, mas voltarei para vos contar mais estórias sobre a minha avó, agora estou já de abalada, sou assim como uma arvéola que voa num vai vem, para não deixar muito tempo a sós a avó.


natalia nuno
rosafogo