segunda-feira, 29 de agosto de 2011

AS FÉRIAS DO LUÍS E DO JOÃO



O Luís e o João
São dois amigos inseparáveis
O João é brincalhão
E o Luís é um dos amigos mais amáveis.
O Luís tem um pião
E uma guita bem vermelha
Uma bola leva o João
Mas tem que haver cuidado
Não vá partir uma telha.
Do telhado ali ao lado.


Juntam-se outros amigos
que também gostam de brincar
Lançam o pião no chão
Fazem-no rodopiar na mão.
Depois...ah, depois vão a bola chutar.
E ver quem mais golos vai marcar.


Logo, logo começa a escola!
Em casa fica a bola
e o pião...
E lá levam na sacola
os livros, os cadernos ...e os amigos
no coração.
Mas do que mais gosta o João
É da hora do recreio
Toca a sineta e então
São dez minutos em cheio.

Contam aos amigos as brincadeiras
Passadas na aldeia dos avós
Das correrias, das canseiras.


Entram na aula e a professora
 manda baixar a voz.
Estão eufóricos é o primeiro dia!
Tinham dos outros amigos saudade
E é tamanha a alegria!
Que a entrada na escola
 é para eles felicidade.


Logo acabam por chegar
As férias do Natal...
já estão aí!
Diz o João a sonhar
Que o Pai Natal, desta vez lhe sorri.
Já até uma carta lhe escreveu
E o Luís outra igual
E ao Pai Natal, prometeu
Na escola não se portar mal.

O João quer um pião
Novinho em folha
E o Luís uma bola
Porque esta está velha
e pouco rebola.
Um pião bem afiadinho
para ser lançado ao chão
E um berlinde bem redondinho
Para picar o do João.


 Depois dos deveres de casa
Vão para a rua brincar
E só voltam para casa
Depois da Lua chegar.

É bom ver o sorriso no rosto destes meninos!
E assim acabam os dias destes meninos bem comportados,
o seu tempo dá para estudar e brincar, e assim deve ser, há
tempo para tudo e é bom aprender.
Aprender, com os adultos, os bons modos, a ser educado, a
respeitar os mais velhos, ter atenção, ter cuidado.
E ter amigos por perto, também é muito bom, partilhar é
dar e receber.









natalia nuno
rosafogo
imagens ret. do blog imagens para decoupage

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A LAURA E O BALOIÇO




Numa ribanceira
pertinho da eira
a LAURA tinha um baloiço
e nele voava...voava
como se asas tivesse.
Ainda hoje ao passar, a ouço.
Ah...aquela menina
era bem ladina!
Para quem não soubesse
nem ler,
nem escrever
Ela se apressava a ajudar
E com sua mão pequenina
lá se punha a escrever e a suspirar!


Escrevia cartas de amor
e também de saudade
Tinha amigas na flor
 da idade...
Que lhe tinham muita ternura
Sendo ela pequenina, como sabia
bem escrever e fazer a leitura.


Escrevia, cartas ás vizinhas
que tinham os filhos emigrados
tão chorosas e tristinhas
para os filhos tão amados.
Tudo ela fazia com abnegação
Pois era bondoso seu coração.


Então sempre começava:
Meu filho espero que te encontres bem!
Quem te escreve é tua mãe!


Ou então :
Meu querido amor
Quem te escreve é tua amada
e assim a LAURA era muito acarinhada.
Por toda a gente da aldeia
E ainda hoje, falam dela à boca cheia.


Era uma menina franzina
Até mesmo magricela
Mas mesmo assim pequenina
Todos contavam com ela.
Ía á fonte com a cantarinha
E levava sempre a rodilha
Transportava à cabeça água fresquinha.


Ah...como mãe tinha orgulho na filha!


E o baloiço, continua em sua mente
Agora que os anos passaram...

Na aldeia aprendeu a ser gente!
Não esqueceu quantos a amaram.
A oliveira,
lá está no cimo da ribanceira
Com as raízes
bem pregadas ao chão!
Ramos bem fortes, lembrando dias felizes
Que a menina do povo não esquece não.

Esta história é apenas um sonho, sonhado há muito, um fragmento duma nuvem espalhada no
pensamento,  onde correm também avezinhas velozes, onde se avistam cascatas impetuosas, vales de amendoeiras em flor, papoilas brilhando na noite,borboletas de mil cores, andorinhas soltas p'la manhã, onde se assomam as estrelas, onde há cânticos no ar, tudo é visão presente neste sonho.
Tudo é fascinação, tudo é um paraíso.Quem contou a história de hoje? A ROSA, claro, amiga da LAURA a nossa personagem da história, com quem dividiu suas brincadeiras.
Assim termina mais um regresso á infância simples mas dum tempo dourado.

rosafogo
natalia nuno
imagem retirada blog decoupage








terça-feira, 9 de agosto de 2011

A ANA E O AVÔ MANUEL

CherSwitz~ME_GardenSm_thumb[2]

Hum!!!!
Hoje está um dia muito agradável
Corre até uma aragem...
E o avô MANUEL está táo amável!
Estamos na eira
vou andar no trilho agora,
que o avô quer despachar o trigo
ou será o milho?
Vamos a isto, vamos embora!
Grita alto o avô... dando ordem
 á égua que puxa o trilho.


Em pouco tempo, o trigo esmagado
Agora falta levantar ao vento
Fica o trigo da palha separado
Ficará pronto rápido,
só mais um  momento,
há que aproveitar bem o vento.

Depois leva-se o trigo ao moinho.

Ah...eu também sei o caminho!
Gosto de ver rodar a mó
Vou lá muitas vezes com a avó!
A mó vai transformando o trigo em farinha
E ao milho fará a mesma coisa?
Quem adivinha?
É verdade, também o milho,
o moinho o mói.
Agora fiquei aqui só!
O avô conversa com o moleiro
sobre a vida...sobre as colheitas,
e como já estão idosos
falam também das maleitas.
Mas estão muito curiosos
Com o que se passa na aldeia,
pois não é qua a vida está cara
E o povo regateia?

Mas eu ainda sou pequena
E só penso em brincar
Mas às vezes me dá pena
E gosto de meu avô acarinhar.
Fizémos o caminho pró moinho
E agora voltamos p'lo mesmo caminho.

Aguarda-nos a égua que a casa nos vai levar
O avô olha o relógio
Pois está na hora de almoçar.
Já a avó ERMELINDA nos aguarda

Já lá vem a minha gente!!!
...Grita ela ,
quando nos avista
da janela...
Ela gosta de nós...a gente sente!!!!
DEUS prometeu e não tardou!
E assim meu avô
mais uma tarefa terminou.

Farinha não faltará,
Para fazer nosso pão
De trigo ou milho bem amarelinha
Para o ano mais haverá!
E eu serei maior, levarei a égua sozinha!
Entretanto outro Inverno passará,
E a avó fará,
manteiga com fartura
Que o nosso pão besuntará
Com a sua ternura.


A ANA, gosta de acompanhar na labuta do campo, ajudando os avózinhos, a colher, a regar e até no
trilho andar, com o cabelo ao vento, com a égua a galope, aprende como se corta a lenha para a lareira. Das mãos do avô ressurge o calorzinho contra o inverno...enquanto a avó infatigável, faz doces nutritivos e saudáveis.E tudo se sucede misteriosamente ano após ano,  num estável suceder, a água dos ribeiros surge com mais força brincando por entre pedras, cantando sempre a mesma melodia, vai enchendo nossas cântaras para nos matar a sede, até que chega ao final, cumpre seu destino e une-se ao mar imenso. Tudo isto é uma dávida de Deus! E assim termina mais uma história no «Era uma Vez»


rosafogo
natália nuno
imagem do blog-imagens para decoupage.





quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O POMAR DO AVÔ JOAQUIM



Hoje sim...está um belo dia de Verão!
Cheira à resina dos pinheiros
Mas que frescura matinal
Nesta tranquila solidão....

Mas já começa o bulício
Saem fumos p'las chaminés!
Já hà gentes no seu ofício
Todos já tomaram seus cafés.

Meu Deus quantas laranjeiras
e tantas trepadeiras!
Ah...ali é o feijão-verde a trepar!
E lá anda o avô JOAQUIM a regar.
Há flores abertas cheinhas de abelhas
e nos telhados, bate o sol nas telhas.
Em vôo, desaparece um pardal telhado
Já se ouvem os trinados
E estende-se o orvalho sobre o prado
e sobre os silvados...

Há um alvoroço grande nos arbustos
E melodias constantes que não dão sossego
São os rouxinóis, que levam grandes sustos
Mas têm p'la lezíria grande apego.

E o avô JOAQUIM já regou o pomar
Com água que tirou do poço
Leva vegetais frescos para o jantar
E também os comeu ao almoço.

O que se passa?
É o dia que se ilumina!
Depressa começa...
e eu sou ainda  uma menina
que de viver tenho pressa.
Vou ter ao pomar com o avô
e levo-lhe o meu sorriso e boa disposição.
Ah...eu hoje feliz estou
A minha avó, me leva pela mão.

Há sempre muitos afazeres no pomar, cuidar com carinho dos vegetais, regá-los com água do poço ou do rio. Os vegetais que se plantaram  estão a crescer, pimentos, alfaces, cebolas, feijão verde, favas, ervilhas, cenouras, e tantos outros que fazem bem á saúde...são bem gostosos quando se colhem e se comem de imediato, bem fresquinhos. O avô Joaquim, trata-os com muito cuidado, levanta-se cedo e lá vai...escuta os chapinhares dos passarinhos a banharem-se no ribeiro, para ele nada é mistério, sabe tudo sobre a natureza. Já foi criança veloz, mas agora correram os anos por ele.
No entanto o avô JOAQUIM tem boa memória e lembra-se de ir ter com seu avô, que por sinal também se chamava JOAQUIM,  então, comia a fruta das árvores, naqueles tempos não tinham pesticida... o avô JOAQUIM gostava muito de ameixas, douradinhas pelo sol,  e depois ajudava seu avô, foi assim que aprendeu... termina aqui mais uma história no    «Era uma vez...»


rosafogo
natalia nuno

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A JANELA DA LUISINHA

HOJE CONTA A LUISINHA

Tenho uma janela
Onde entra o Sol
E pendurada nela
Tenho a gaiola com meu rouxinol.

Ali perto, mesmo à beira
Coloquei um vaso com uma sardinheira
Noutro vaso um amor perfeito
De vez em quando abeiro-me
e espreito.

Vejo toda a aldeia
e o relógio da torre
e o sino
que toca tão triste...sempre que alguém morre.
Perto da hora da ceia?!
Toca as Avé Marias
E nunca se esquece,
Toca-as todos os dias!

Lá vem a minha vizinha
Vejo- a daqui da minha janela
Quando ela se aproximar
Falo um pouco com ela.
É bom sermos amigas, das mesmas coisas gostar.
Vamos as duas à fonte
Enchemos a cantarinha
Olhamos o horizonte
Quando o sol se deita na sua caminha.

Depois regresso à minha janela
Recollho o rouxinol
Chega a lua e eu espero por ela
Já se foi entretanto embora o sol.
Rego também a sardinheira,
de seguida o amor perfeito,
e o gato ciumento deita-se à minha beira,
para que lhe dê mimos,
Ah...este gato não ganha jeito!


Já tudo está bem sossegado
Nesta aldeia tão amada!
Só o gato a meu lado...
E eu na janela debruçada.
Amanhã chegará o sol
Que me entrará p'la janela
Coloco de novo aqui o rouxinol
Volto a olhar a aldeia, e a beleza que vejo
nela.

Boas vistas se disfrutam da nossa aldeia, os arrozais bem verdinhos, os milheirais, o sol a nascer, a fonte a correr, as casas caiadas de branco com risquinha azul ou amarela, aqui da minha janela tudo se avista, por isso mesmo, quando vou à cidade, volto sempre aqui com muita saudade...
Assim acaba a história no era uma vez...com um final feliz!

rosafogo
natalia nuno
imagem do blog para decoupage

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O PASSEIO DA LUISINHA



Hoje dei uma voltinha à beira do rio,
A água caía certinha p'lo açude,
cantando ao desafio.
Ao chegar lá abaixo,
esperavam-na dando saltinhos
as enguias, escorregadias....


Mais além nas margens verdejantes
andavam uns verdinhos veraneantes
os sapinhos de papo inchado!
Que cantavam...cantavam de olhinho fechado.


Caminhei mais um pouco, já o sol aquecia
Todos andavam na faina do dia.
O caracol, era o mais vagaroso, lá ía
no seu andar lento.
Enquanto o pintassilgo abria
as asas ao vento.


Logo ali no milheiral, um som esquisito!
Ninguém lhe tinha feito mal,
mas a rolinha deu um grito.
Assustada por ouvir um estalar profundo
Nada mais que um foguete!
Mas apanhou o susto maior do mundo.


Ao longe a ponte que atravessa o rio
E um casal de melros cantando ao desafio.
E a água sempre a correr
Galgando por entre o arvoredo
Vejo um passarinho a tremer...
Saíu do ninho e está com medo.
Está a tarde iluminada
Imponente, de sol ardente!
Mas vem a noite daqui a nada
E lá se ouve o galo de alta crista
Mandar dormir toda a gente.


E eu volto a casa, por entre as macieiras
E imagino-me num intenso voar
Já ouço as cigarras cantadeiras
Sinto a pele dos meus sonhos a estalar
E lá sigo com o olhar
Os passarinhos descobrindo onde prenoitar.
Um está mesmo aqui defronte
Bem pousado numa espiga
Outro vai a caminho do monte
Já se aproxima a Lua amiga.

O rio sonha que vai longe,
mas está perto!
Cai a noite e é tanta a quietude
que tudo parece um deserto.


Sente-se no ar vinda do rio uma humidade
Caminho agora num silêncio macio
Já levo saudade,
das margens do rio,
onde a vida é tanta, que me encanta.


A Luisinha, acabou assim o passeio diário e contou-nos como foi
seu caminhar, tudo o que apreciou enquanto passeava. Nas margens há belas sombras,
e a nossa presença tem que ser silenciosa para não afectar o habitat dos que ali vivem.
Também a avó da Luisinha se recorda muito bem dos aromas da infância, das amoras maduras, das uvas amadurecidas, de banhar-se alegremente no rio...assim se desenrolou mais uma história no... «era uma vez...»


rosafogo
natalia nuno
imagem do blog, para decoupage

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ALVOROÇO NA LEZÍRIA


Hoje a abelhinha andou por aqui
mas estava triste...e porquê?

Dizia ela:

Ficou o céu cinzento
e lá se foi meu alento...
Ando aqui de flor em flor
Mas sinto falta do sol e seu calor.

Logo a rã respondeu;

Eu estou fresquinha
Não me importo nada!
Apanhei esta chuva miudinha
Hum!!!
E estou muito animada!
Tinha a pele ressequida
Do calor deste verão
Tinha que andar fugida
Á sombra do mangericão.

Chegou o louva a deus e ouvindo a conversa
também entrou nela.

Eu cá por mim tanto se me dá
Mas assim está melhor!
O vento abana o raminho
para cá e para lá...
e eu durmo um soninho,
descansado e sem calor.

Logo vem a cigarra cantadeira


Não dormes não!
Dorminhoco
Que eu canto a minha canção
Ainda hoje cantei tão pouco!
Ah...mas vou cantar até de madrugada!
E vou começar daqui a nada.

Logo o grilo de preta asa
chega por ali perto e não se contém
Meus amigos, o tempo vai e vem!
Hoje, está triste como eu
E cai uma chuvinha do céu
Mas haja esperança
Que ainda o verão é uma criança!
Eu vou até à lezíria onde tudo é verde
Mato a minha sede...
E se amigos por lá encontrar?
Nem sei se vou voltar!

Mas o tempo não mudou e todo o dia esteve cinzento
E meu DEUS, quanto lamento!
Na seara todos estão tristes a valer
Será que não volta o calor para os aquecer?
A abelhinha quer fabricar seu mel
Que é o melhor das redondezas
A cigarra quer cantar
E o grilo saltar
e correr... cometer grandes proezas.

Surge então a borboleta
de mil cores...bem colorida.
Dizendo maravilhas da vida.
Ah...venho de longe a esvoaçar...
trago até uma novidade!
O sol amanhã vai voltar
Para os que já têm saudade.

E lá ficaram todos muito felizes,
tornando a tarde ensurdecedora com seus cantos
e no céu as nuvens pareciam pedaços de prata.
Ainda não está o sol a descoberto, mas os nossos amiguinhos
só de saberem que ele vai voltar, seguem pelo verde campo
docemente humedecido por uma chuvinha de verão.
Assim acaba mais uma história...era uma vez!

natalia nuno
rosafogo
imagem do blog para decoupage